Solo

Maria Elisa Nascimento
2 min readJul 4, 2024

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Photo by Jigar Panchal on Unsplash

Eu não vou negar que me magoei. Foi uma mistura de ego ferido com coração partido e o sentimento de traição. Mas será que foi isso mesmo, ou a minha visão estava distorcida?

Esse ano está sendo diferente. Quando me sinto mais fraca, tendo a acreditar que sou a única responsável por tantos desencontros. A reclusão me fez questionar… Onde foi que eu errei? Felizmente eu já sei a resposta.

Eu sei que falei demais e não me permiti escutar. Eu entendo que poderia ter escolhido palavras mais doces e me achado com razão, mas em silêncio. Eu podia ter me colocado antes de explodir. Podia ter dado mais chance ao desconhecido e não ter projetado traumas antigos em pessoas novas. Eu vejo meus erros e me disponho a aprender com eles, mas entendo que se relacionar é uma via de mão dupla. E que em muitos momentos tudo o que eu queria era ter sido ouvida e valorizada. Eu queria ter me sentido acolhida e estimulada. Ah, como eu queria…

Mas ninguém é de ferro e uma hora eu cansei de levar pedrada na cara. Eu queria saber ser assertiva a todo o momento, mas ainda não consegui me desvincular da minha humanidade…

Mas sei que nem tudo foi perda. Eu também consegui reconstruir pontes que eu acreditava não terem conserto. Fortalecer relações que não existiam. Criar vínculos inacreditavelmente valiosos…

Nenhum filme me ensinou que amor e bons relacionamentos envolvem construção diária, que requer envolvimento mútuo e encantos que a gente não sabe exatamente como explicar. Mas, segundo minhas melhores experiências, meio que é isso.

Eu realmente acredito que tudo pode acontecer quando menos se espera. Nenhum rompimento é uma sentença de eternidade, eu sinto que precisava muito relembrar. Por que eu esqueço, principalmente quando volto a atenção pra quem não quis ficar.

Fiquei triste, é parte do processo. Senti tudo o que tive que sentir. Rejeição dói. Mas isso não é uma sentença. O futuro ainda vai me levar pra muitos lugares e me apresentar novas pessoas, e é em meio a isso que posso me surpreender com algo que nem imagina.

Todo mundo passa por momentos difíceis, minha mãe me disse. Mas vai passar, ela me lembra. Eu juro que vai passar.

Querido leitor, escolhi escrever essa carta em primeira pessoa pra te convidar a lê-la da mesma maneira e relembrar de ser gentil consigo mesmo. Espero que te faça sentir algo bom.

Um abraço,

Maria

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Maria Elisa Nascimento

Apaixonada por palavras desde o dia em que aprendeu a falar, ela é curiosa e questionadora sobre tudo. Mora na Selva de Pedra e trabalha com Audiovisual.